No dia 16 de Novembro, Miguel Metelo de Seixas lança o livro Heráldica na Vila de Cascais, numa edição da respectiva Câmara Municipal.

O livro organiza-se em três períodos distintos.

No primeiro, anterior ao século XIX, a heráldica desta vila estratégica mas pobre girou em torno de escassos armígeros: a Coroa, antes de mais, como não podia deixar de ser numa praça desta importância; depois, a família Castro, que desde finais da Idade Média até finais do Antigo Regime deteve o senhorio da vila; por fim, as instituições religiosas.

No segundo, a heráldica testemunha a regeneração da vila, ocorrida na segunda metade do século XIX, projectada a partir de então como sede de vilegiatura da alta sociedade portuguesa. Os sinais heráldicos disseminados pela vila dão conta de como a aristocracia de corte se apropriou dos seus espaços, moldando-os segundo um padrão de disseminação que tinha como epicentro a própria família real, propagando-se depois, em círculos concêntricos.

No terceiro período, a heráldica prolonga ainda os usos cortesãos da época anterior; mas vai-se gradualmente impondo um outro padrão, focado numa dimensão institucional. Os emblemas que, a partir de então, se inscrevem no espaço urbano prendem- se essencialmente com a afirmação da Câmara Municipal e de vários organismos do Estado.

Dos três períodos citados, emerge uma constante: a relação privilegiada entre heráldica e espaço.

A obra Heráldica na Vila de Cascais será apresentada por Helena Gonçalves Pinto no Auditório do Centro Cultural de Cascais (Casas da Gandarinha), dia 16 de Novembro, pelas 15:30.