A quinta sessão do ciclo Manuscritos de Alcobaça II decorrerá no dia 14 de Julho, e conta com a conferência de Iria Gonçalves do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IEM-NOVA FCSH).

Conferência:
“Alcobaça e Lisboa: um feixe de relações nos finais da Idade Média”, por Iria Gonçalves (IEM-NOVA FCSH)

Desde muito cedo considerada a mais importante cidade portuguesa, Lisboa também desde muito cedo começou a atrair a si, e cada vez mais, gentes, actividades, riqueza e poder.

Largamente dotado por Afonso Henriques com vastidão de terras desmembradas do alforge de Leiria, mas que esta vila nem começara ainda a organizar, o Mosteiro de Alcobaça tomou a seu cargo essa tarefa e nela se afirmou de grande eficiência. Cresceu, gerou riqueza e transformou-se em uma das mais importantes casas cistercienses da Península Ibérica.

Nesse sentido foi-se desenvolvendo cada vez mais. Semeou propriedades por toda a Extremadura, e também pelo Alentejo. Entrou nas cidades e vilas. Em Lisboa implantou casas por todo o espaço urbano e no arrabalde oriental erigiu uma casa de oração: o Mosteiro de São Bento de Xabregas.

Muito se viajou durante toda a Idade Média entre Alcobaça e Lisboa, não obstante os dois dias de jornada que mediavam entre ambas. Muitas relações se foram forjando, de cariz económico, social, cultural, religioso. Esta última com a sua máxima expressão nos lisboetas que ao longo dos tempos foram integrando o coro alcobacense.