A segunda sessão do ciclo Manuscritos de Alcobaça II decorrerá no dia 20 de Abril, e conta com as conferências de Jonathan Wilson e de Maria João Branco, ambos investigadores do Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IEM-NOVA FCSH).

1ª Conferência:
“Alcobaça and the Liturgy of Portuguese Reconquista in the twelfth and thirteenth centuries“, por Jonathan Wilson (IEM-NOVA FCSH)

“Alc. 415,” a mid-thirteenth-century codex belonging to the fundo of the great Portuguese Cistercian monastery of Alcobaça, whilst taken up almost entirely with works by Fulgentius of Ruspe and a copy of Orosius’ well-known “Seven Books of History Against the Pagans”, also contains two texts of great importance for the early history of Portugal, both of which survive uniquely in a manuscript contained in an anomalous quire, literally tacked-on to the end of the volume, apparently cobbled-together from scrap parchment. The first of these texts, the De Expugnatione Scalabis comprises a report of the 1147 conquest of Santarém by Portugal’s first king, Afonso Henriques, astonishingly presented as the king’s very-own, eye-witness testimony and duly related in the first person. The second text, the Gosuini de Expugnatione Salaciae Carmen, is an idiosyncratic, versified account of the conquest of the Almohad naval-base and Atlantic port of Alcácer-do-Sal in 1217 by Portuguese forces allied with a fleet of passing crusaders on their way to the East. This paper examines the possible liturgical uses of these texts both in Alcobaça and elsewhere.

2ª Conferência:
“Os manuscritos jurídicos da Livraria de Alcobaça e o papel dos monges alcobacenses junto aos primeiros três reis portugueses: notas de investigação”, por Maria João Branco (IEM-NOVA FCSH)

A preparação jurídica dos primeiros monges de Alcobaça e o seu papel junto dos primeiros reis, desempenhando funções de advogados do rei e de juízes delegados do Papa, fez deles elementos fundamentais na construção do reino e na mediação de conflitos eclesiásticos e seculares, onde a sua perícia legal pontificava. De todas as livrarias conventuais e catedralícias cujos espólios chegaram até nós, a de Alcobaça é a mais rica em manuscritos jurídicos, contendo até espécies raríssimas a nível europeu. Esta comunicação pretende abordar esse espólio e tentar perceber em que medida essas obras, quando complementadas com os dados patentes na documentação avulsa, na qual os cistercienses de Alcobaça aparecem abundantemente atestados no exercício de funções judiciais, nos pode permitir perceber melhor não só a relevância dessa sua função, como o ascendente que podem ter tido junto aos primeiros reis portugueses – de Afonso Henriques a Afonso III – e na relação de proximidade que esses monarcas tiveram com a mais importante casa cisterciense de Portugal.