A iniciativa “Vínculo do Mês” apresenta neste mês de outubro o morgadio de Molelos, instituído em 1520 em Molelos por Henriques Esteves e sua mulher, Filipa Nunes.  Nomeando como primeiro administrador o seu filho segundo, Henrique da Veiga, os instituidores determinaram que a sucessão do morgadio seguir na descendência do filho primogénito de Henrique e assim sucessivamente. Obrigavam aos futuros administradores, para além dos encargos pios e pagamentos ao celeiro real, residirem pelo menos dois meses por ano em Molelos, só podendo o administrador ser escusado de o fazer se estivesse ausente, ao serviço do rei. Deixavam a responsabilidade de fiscalizar as obrigações do morgadio aos juízes de Besteiros, aos quais deixavam uma marrã de quarenta arráteis e um par de capões, por esta obrigação, e estipulavam que caso estes o não pudessem fazer cumprir, deveriam pedir ao bispo de Viseu que o fizesse. No caso de incumprimento dos administradores, deveria ser pedido ao rei que passasse a administração ao parente mais chegado. Henrique Esteves faleceu em setembro de 1523. Pouco tempo depois, a 7 de fevereiro de 1525, a viúva, Filipa Nunes, estando doente, fez um codicilo ao referido testamento, onde ordenou aos seus testamenteiros que mandassem fazer uma cruz de prata, de três marcos, que deixava à igreja de Molelos, com a condição que ela ficasse sempre em guarda e poder do administrador do morgadio e seus herdeiros. Após a extinção dos vínculos, os bens do morgadio de Molelos foram-se diluindo em diversas heranças, estando o Paço de Molelos ainda na posse de descendentes dos instituidores.

Para conhecer em detalhe este vínculo, visite a página com toda a informação sobre este vínculo do mês. Pode ainda conhecer os outros vínculos entretanto disponibilizados, aqui.

Também poderá participar nesta iniciativa ao deixar a sua sugestão para futuros vínculos do mês e outras informações sobre vínculos de que disponha. Para isso poderá entrar em contato com o projeto no endereço eletrónico: vinculum@fcsh.unl.pt.

O projeto VINCULUM conta com o financiamento do European Research Council (ERC) e é liderado por Maria de Lurdes Rosa, Professora da NOVA FCSH e investigadora do Instituto de Estudos Medievais, distinguida com a primeira Consolidator Grant na área da História, atribuída pelo ERC a um investigador português.