No âmbito da iniciativa de novos apoios e oportunidades do IEM e com o objetivo de apoiar investigadores integrados ou elegíveis para integração, o prémio da melhor tese de Doutoramento foi concedido, em ex aequo a Gonçalo Melo da Silva, com a tese “As Portas do Mar Oceano: Vilas e Cidades Portuárias do Algarve na Idade Média (1249‐1521)” e a Luís Miguel Rêpas, com a tese “Esposas de Cristo. As Comunidades Cistercienses e Femininas na Idade Média”.

O IEM considera fulcral evidenciar o trabalho desenvolvido pela comunidade académica, destacando, desta forma, o empenho e mérito dos alunos de doutoramento nas áreas de estudo desenvolvidas na UI.  Assim, enquadrado no Contrato-Programa de Financiamento Plurianual de Unidade de I&D (2020-2023) celebrado entre a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. e a Universidade Nova de Lisboa (IEM NOVA FCSH), este prémio atribui aos galardoados um Certificado de Melhor Tese de Doutoramento e 1 500€ (atribuídos sob forma de Missões (transportes, estadias, inscrições em encontros científicos, entre outros) e /ou Aquisição de Bens e Serviços (traduções, revisões, análises materiais, entre outros) que permitam o desenvolvimento do conhecimento e das pesquisas em curso.

Excerto do resumo da tese “As Portas do Mar Oceano: Vilas e Cidades Portuárias do Algarve na Idade Média (1249‐1521)” – Gonçalo Melo da Silva:
“A presente tese tem como objetivo estudar as vilas e cidades portuárias do Algarve no período entre 1249 e 1521 – Aljezur, Sagres, Lagos, Alvor, Portimão, Porches, Silves, Albufeira, Loulé, Faro, Tavira, Cacela, Castro Marim e Alcoutim  –, à luz de três questões fundamentais: (I) Como se forma, evolui e funciona uma hierarquia e rede urbana portuária? (II) Como se forma e se desenvolve a paisagem urbana das vilas e cidades portuárias? (III) Qual o impacto do porto e das atividades marítimas na configuração da paisagem urbana? A sua escolha não foi fortuita, uma vez que consideramos que a reconstituição e o estudo da rede urbana, bem como da relação do espaço urbano com o porto podem permitir futuramente a realização de estudos mais aprofundados sobre outras temáticas, como por exemplo, a sua sociedade e economia. Tal propicia ainda a reflexão sobre a existência de uma rede urbana portuária e cidades portuárias no Algarve e se estes conceitos podem ser válidos para estudar e melhor compreender o Portugal Medieval. A estrutura do presente trabalho organiza-se em seis capítulos distintos, mas complementares afim de responder às questões que formulamos.”

Excerto do resumo da tese “Esposas de Cristo. As Comunidades Cistercienses e Femininas na Idade Média” – Luís Rêpas:
“O estudo das monjas, individualmente e no seu conjunto, de acordo com a realidadede cada comunidade conventual, demonstra como os mosteiros cistercienses aqui analisados responderam às necessidades sociais e espirituais da sociedade portuguesa, ao longo dos séculos XIII e XIV, beneficiando de um contexto extraordinariamente favorável à sua expansão, para o qual convergiam múltiplos factores. Corresponderam também ao aumento do protagonismo feminino no fenómeno religioso europeu, verificado no século XIII, que levou à multiplicação de casas de monjas.

Mostra, por fim, como, independentemente da riqueza e do prestígio de cada mosteiro, do estatuto social das monjas que integravam cada comunidade ou das familiares que aí se acolhiam, da forma como aí se vivia, da sua localização ou até do estado dos seus edifícios, para cada uma das mulheres referidas nesta tese, o mesmo mosteiro tanto poderia representar uma carreira, como uma vocação, uma prisão ou um refúgio.”