É com enorme prazer que informamos que o nº 33 se encontra disponível.

Para a sua apresentação, utilizamos as palavras do Diretor da Revista Medievalista, Luís Filipe Oliveira que, melhor que ninguém, consegue expressar o espiríto o e importância deste número.

“Faz-se memória nesta Medievalista da Ana Cristina Lemos, outra jovem investigadora do Instituto de Estudos Medievais precocemente desaparecida.
Especialista no estudo das iluminuras e pioneira nas pesquisas sobre a cor, a ela se ficou a dever a análise do Livro de Horas de D. Duarte, e, sobretudo, a descoberta e a valorização da colecção de Livros de Horas do Palácio de Mafra. Tal como recordam os textos adiante publicados, que lhe prestam uma última e comovida homenagem, a Ana Lemos era mais que uma investigadora competente. Não só era uma professora atenta à formação integral dos seus alunos, como uma cidadã empenhada, com uma vida de militância pelas causas cívicas, artísticas e culturais. De uma forma que lhe era própria, fazia assim justiça à velha lição de Marc Bloch, que aconselhava os aprendizes de historiador a viverem a vida do seu tempo para poderem compreender e decifrar os restos que ficaram das vidas do passado. Tanto por fazer história, como por fazer que esta acontecesse todos os dias, era quase inevitável que a Ana Lemos deixasse uma impressão viva nas vidas e nas memórias dos seus colegas, amigos e professores. Como fazem as cores de que ela tanto gostava.

Esta Medievalista integra novamente um número monográfico. Dedicado desta vez ao castelo de Belvoir e à arquitectura militar da Ordem do Hospital na Terra Santa e no Ocidente Medieval. Sem retomar a apresentação feita por Anne Baud e por Jean-Michel Poisson, os editores convidados deste número, em conjunto com Damien Carraz, há que sublinhar o interesse dos textos aqui reunidos. Por trazerem, desde logo, um olhar multifacetado, mas complementar, sobre este castelo concêntrico, com dupla muralha, do Vale do Jordão, um dos mais importantes que o Hospital possuía na Terra Santa, a par do Crac des Chevaliers e de Margat. Um dos mais conhecidos e dos mais prestigiados, também, mesmo no Ocidente e em Portugal. Como atesta a replicação do seu nome e da sua estrutura pela fortificação que o Hospital ergueu nas terras de Guindintesta, na margem do Tejo, embora com significativas diferenças de escala e de relevância.”