O livro D. João I – O homem e o rei, da autoria de Maria Helena da Cruz Coelho, é o primeiro volume da coleção Scriptorium – Batalha. Esta coleção surge no âmbito da colaboração que há muitos anos se estabeleceu entre o Mosteiro da Batalha e o Instituto de Estudos Medievais, englobando por vezes outras instituições, nomeadamente o Centro de Formação de Professores da Batalha e o Centro de Património da Estremadura. Entre outras realizações (como congressos, colóquios, visitas guiadas), tal colaboração produziu uma série de cursos livres e ações de formação (como “No tempo de D. Dinis”, atualmente em curso) destinados preferencialmente a professores do ensino secundário e guias-intérpretes. O propósito destes cursos consistiu em fornecer um conhecimento histórico atualizado, lecionado por estudiosos universitários, posto ao alcance de um público não especializado nestas matérias.

O sucesso destas ações levou os seus coordenadores (Joaquim Ruivo da parte do Mosteiro da Batalha, Amélia Aguiar Andrade, João Luís Fontes e Miguel Metelo de Seixas da parte do IEM) a propor uma coleção de livros que servisse propósitos idênticos. Assim surgiu Scriptorium – Batalha: volumes de pequenas dimensões, sintéticos, aligeirados do aparato crítico que carrega a escrita académica, mas completados por numerosas imagens e por uma série de indicações bibliográficas finais, em edição bilingue português-inglês, com o fito de difundir os resultados da investigação universitária por um público vasto.

A coleção abre com um volume dedicado a D. João I, da autoria de uma das mais prestigiadas medievalistas portuguesas. Dir-se-ia que não poderia ser de outro modo: trata-se de justa homenagem ao rei a quem se deve a fundação do mosteiro de Nossa Senhora da Vitória, tornado local de memória da batalha de Aljubarrota e da dinastia que erigiu esta igreja como local de seu sepultamento. A autora logra sintetizar a vida deste monarca, percorrendo as diversas etapas que, em circunstâncias críticas, conduziram até ao trono o filho ilegítimo de D. Pedro I, e apresentando as principais facetas do seu longo e profícuo reinado, culminando com a construção da sua morte exemplar e da sua memória como responsável pela refundação do reino.