O estudo do cavalo na Idade Média é um assunto que tem recebido pouco interesse na historiografia portuguesa. No entanto, e dada a crescente relevância da história ambiental e animal, entendemos que compreender a importância dos equídeos no plano político, social, económico, simbólico e quotidiano é essencial para um aprofundamento da compreensão da sociedade medieval portuguesa entre os séculos X e XIII.

Neste sentido, procuramos abordar, num período que se estende entre os séculos X-XIII, a terminologia utilizada no medievo português para identificar e caraterizar os diferentes tipos de equídeos, os seus valores monetários, a simbologia destes animais e a forma como a sua imagem foi instrumentalizada pelos monarcas portugueses. Para além disso, procuramos compreender quais são os grupos intervenientes na criação de cavalos em Portugal, na Idade Média, e de que forma se melhoraram estes animais através da sua reprodução, pelo menos, desde o século X.

Nota biográfica
Afonso Soares de Sousa é licenciado em História, com menor em Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, e está atualmente a concluir o mestrado em História, na mesma instituição, com um projeto de dissertação intitulado “Monteiros e Montarias na Idade Média”. Recentemente, publicou o artigo “O cavalo na Idade Média Portuguesa“; na revista Medievalista e é atualmente bolseiro do projeto FALCO – Hypothesising Human-Animal Relations in Medieval Portugal. É também membro da Network for the Environment in Medieval Usages and Societies (NEMUS).