A Bíblia na história da iluminura medieval – Manuscritos do Românico e do Gótico
Resumo
Ao longo da sua longa história, a Bíblia foi cuidadosamente fixada em suportes como o papiro, o pergaminho, placas metálicas e outros, sendo continuamente estudada, corrigida e depurada. Durante a Idade Média foi a obra mais copiada e difundida e, enquanto palavra de Deus, vai ser objecto de exaltação, sendo engrandecida através de cópias ricamente iluminadas, com surpreendentes e sumptuosas imagens, recorrendo-se para tal aos mais opulentos materiais da época, como o ouro, a prata ou o lápis-lazúli. Na Europa medieval, o período que se estende, sensivelmente, do século XI ao primeiro quarto do século de 1200, que viria a designar-se românico, assiste a uma assinalável renovação cultural, tendo-se registado um importante incremento na produção de manuscritos iluminados, seguindo-se um século XIII pleno de novidades na história da cultura em geral e um momento muito particular na história da Sacra Pagina. O que propomos com esta sumária apresentação é uma breve abordagem à história da Sacra Bibliotheca, enquanto objecto artístico e no contexto da iluminura medieval.
Sobre o Orador
Luís Correia de Sousa é Doutor e Mestre em História da Arte – Medieval e Licenciado em Musicologia pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É investigador do Instituto de Estudos Medievais (IEM), tem desenvolvido trabalhos no domínio da iconografia medieval, sobretudo iconografia musical, sendo membro fundador do Study Group for Musical Iconography da International Musicological Society, criado em Junho de 2006. Nos últimos anos tem trabalhado, principalmente, no domínio da iluminura medieval, tendo concluído um projecto de Pós-Doutoramento centrado no estudo das Bíblias portáteis do século XIII. Recentemente, juntamente com Adelaide Miranda e Xavier van Binebekke concluiu o catálogo das bíblias do Românico existentes em colecções portuguesas, a editar pela BNP em 2026.
