Decorre no dia 22 de junho, pelas 16h00, o Seminário de Estudos Medievais: “¿En busca del Preste Juan? Tradiciones, expectativas y experiencias en la exploración occidental del Atlántico y el África occidental (s. XIV- princ. s. XVI)”, pelo Professor Doutor Víctor Muñoz Gómez (Instituto de Estudios Medievales y Renacentistas. Universidad de La Laguna), via Zoom.

É sabido que, desde meados do século XIV, as expectativas Portuguesas e Castelhanas de expansão para espaços e populações conhecidas (mas também para outras somente “imaginadas” com base na antiga e medieval tradição greco-romana letrada) no Norte de África, e além das Colunas de Hércules, vislumbravam uma possibilidade factível. Da mesma forma, estes foram rapidamente relacionados com argumentos para a expansão do Cristianismo e a recuperação dos lugares santos integrados no discurso da cruzada.

Precisamente, é de particular interesse verificar se as informações e histórias que se referiam às dinâmicas de exploração, contato, conquista e colonização pelos europeus nas ilhas do sul do Atlântico e da África Ocidental seguiram termos, tradições ou lógicas próprias da ideia de “cruzada”. Nesta comunicação, questionamo-nos acerca do tratamento discursivo de tais aspectos em diferentes textos e documentos cartográficos produzidos entre meados do século XIV e início do século XVI.

Neste sentido, poderemos observar como o acesso à conquista de Jerusalém, pela via Africana e o contacto com potenciais aliados cristãos no interior do continente Africano contra os muçulmanos, personificados na figura do Preste João, tiveram especial relevância na dos imaginários ibéricos e, em geral, do Ocidente medieval. Em última análise, podemos colocar várias questões sobre o papel de tais princípios e discursos relacionados com a defesa e expansão do Cristianismo no contexto da exploração do Atlântico Ibérico. Teriam eles sido interiorizados pelos sujeitos envolvidos nesses processos ou na sua gestão, contra outros interesses? Como se transformaram, mudaram a sua consideração, ou como desapareceram ao longo do tempo entre os ocidentais em resultado de experiências de contacto com novas realidades geográficas e socioculturais nas ilhas atlânticas, em África e no Índico?

Nota biográfica:
Víctor Muñoz Gómez (Valladolid, 1981) é Professor Assistente e gestor do Instituto Universitário de Estudos Medievais e Renascentistas (IEMyR) da Universidade de La Laguna. É coordenador de mobilidade de Geografia e História na Faculdade de Letras da sua universidade, e gestor editorial da  revista Cuadernos del Cemyr, editada pelo IEMyR. Está integrado no Programa Interinstitucional “O Mundo Atlântico na Primeira Modernidade” (Universidade Nacional de La Plata, Argentina) e no Grupo de Trabalho EuropAmérica da Academia Nacional de História (Argentina). É membro da Sociedade Espanhola de Estudos Medievais e do Instituto de Estudos Canários.

Doutorou-se pela Universidade de Valladolid e realizou investigação nos centros do Conselho Superior de Pesquisa Científica em Madrid e Barcelona, ​​​​no Laboratoire de Médiévistique Occidentale em Paris (França), na Universidade Nacional de Mar del Plata ( Argentina), na Universidade de Friburgo (Suíça) e na Universidade Nacional Autônoma do México.

As suas linhas de investigação incluem o estudo da sociedade feudal, dos poderes senhoriais e do clientelismo aristocrático na Castela tardo-medieval, a história da fronteira atlântica no final da Idade Média e o ensino da História no Ensino Secundário. Participou em numerosos eventos e publicações científicas em Espanha e em diversos países da Europa e América (França, Reino Unido, Portugal, Itália, Argentina, Chile e México), além de ser autor de monografias, capítulos de livros e artigos em revistas científicas de prestígio.

Entre as suas principais obras, destacamos como, em 2018, o CSIC publicou seu livro “El poder señorial de Fernando “el de Antequera” y los de su casa. Señorío, redes clientelares y sociedad feudal en Castilla durante la Baja Edad Media”. De realçar ainda, entre os últimos avanços da sua investigação, a edição dos dossiers monográficos “Ancient contratualism and pactualism in the tradition of Iberian policy” (Cuadernos de Historia de España, 88, 2021) e “Writing of History, -procedimentos narrativos e lógicas sociais da Península Ibérica ao Novo Mundo Atlântico (séculos XIII-XVII)” (Vegueta, 22/2, 2022). Além disso, a última publicação da Coleção Diplomática de Villalón de Campos e sua região (século X-1474) com Pascual Martínez Sopena e um estudo monográfico sobre a casa e clientela em Castela de Juan de Aragón, rei de Navarra.

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