Com organização do IEM e da rede NEMUS – Network for the Environment in Medieval Usages & Societies, e coordenado pelos investigadores Afonso Soares de Sousa, Diana Martins e Tiago Viúla de Faria, o 1st Medieval Hunting Meeting: Human-canis relations, realizar-se-á nos dias 18 e 19 de julho, no Colégio Almada Negreiros, Lisbo, na sala SD (piso 0).

No contexto da Europa Medieval, os animais que hoje classificamos como canis estavam divididos em dois grandes grupos: domésticos e selvagens – por outras palavras, cão e lobo.

O cão (canis lupus familiaris) foi quase sempre considerado o melhor amigo do Homem, enquanto guarda atento, fiel companheiro e parceiro de caça. Já o lobo (canis lupus), amplamente desprezado e perseguido, era muitas vezes entendido como uma ameaça, inimigo de gados e pessoas.

No entanto, nem sempre foram estes os atributos associados aos canis, podendo variar consoante o contexto e até contradizer completamente as crenças mais comuns. Embora as comunidades humanas tenham desenvolvido atitudes muito diferentes em relação aos lobos e aos cães ao longo do tempo, a sua ancestralidade biológica comum é um dado adquirido. Ao longo dos milénios, os canídeos domésticos foram sistematicamente criados pelo Homem, originando uma grande variedade de animais com distintas fisionomias e funções, num processo que afastou progressivamente cães e lobos.

Assim, a primeira edição do Medieval Hunting Meeting explora as complexidades da relação entre canis e humanos, abordando questões-chave entre as quais:

  • Em que moldes se expressou a relação do Homem com o lobo e com o cão, no período medieval?
  • De que forma as gentes do medievo contribuíram para a aproximação ou afastamento entre Homem e canis?
  • Qual era o papel destes animais no contexto cinegético?

Para tal, reunimos vários contributos, provenientes de diferentes perspetivas, que refletem sobre a compreensão da coexistência entre espécies na longue durée, em grande parte baseada no registo medieval ibérico, mas longe de se limitar a este
Estes contributos sobre nossa vida passada com os canis consistirão em abordagens ecológicas, biológicas, arqueológicas e artísticas, entre outras.