O Congresso Internacional Os Estrangeiros e Lisboa nos séculos XV e XVI decorre entre os dias 26 e 27 de outubro, no Colégio Almada Negreiros, sala 209 (2º piso).

A presença de comunidades estrangeiras constitui uma marca distintiva da Lisboa dos séculos XV e XVI. São colónias heterogéneas e marcadamente identitárias (definem-se, em primeiro lugar, por oposição ao Outro português), mas cada vez mais enraizadas na moldura humana que compõe a dinâmica urbe.

Fernão Lopes, no prólogo da Crónica de D. Fernando, referiu-se-lhes como as “muitas e desvairadas gentes”. De reter é que contribuíam para a produtividade e engrandecimento da cidade nos mais variados domínios, com destaque especial para as actividades financeira, mercantil e de artífices. A capital portuguesa, à época em franca expansão, já não era pensável sem o seu colorido e frenesim laboral.

Partindo desta realidade, que traz inerente uma multiplicidade de interrogações, o Congresso em questão – a ter lugar nos dias 26 e 27 de Outubro de 2023, em Lisboa – terá por base, por um lado, as dicotomias tolerância/intolerância, inclusão/exclusão, aceitação/rejeição, privilegiar/limitar; por outro, os princípios fundamentais da valorização da tolerância e a aceitação da diferença relativamente ao Outro, questões prementes no actual dia-a-dia europeu e na agenda política mundial.

Estamos, efectivamente, perante problemáticas tão relevantes quanto urgentes, dado vivermos numa época em que está no auge o interesse historiográfico, sociológico e antropológico pelo exercício da alteridade. Conhecer o seu passado é, pois, um passo essencial para a sua compreensão, presente e futura.

Verdade tanto maior tratando-se de Lisboa. O posicionamento geoestratégico da urbe cabeça de reino ditou-lhe desde há várias centúrias a condição de encruzilhada entre a Europa, o Mediterrâneo e o Atlântico. Ponto de chegadas e de partidas, lugar de trocas e encontros de culturas, espaço por excelência de contacto e de diversidade.

Hoje, como no período de viragem em estudo, a cidade dita das Sete Colinas deseja assumir-se como um centro urbano cosmopolita e genuinamente intercultural.

O Congresso Internacional “Os estrangeiros em Lisboa nos séculos XV e XVI” resulta de uma parceria entre o Instituto de Estudos Medievais (IEM) e a Câmara Municipal de Lisboa.