Cerca de uma dezena e meia de canções medievais e renascentistas vão ser interpretadas pelos Ensemble Tagus, no Museu Arqueológico do Carmo, durante um concerto aberto ao público. O evento, que terá lugar no dia 3 de março às 19h, será uma das raras oportunidades para escutar este tipo de música, neste caso interpretado por músicos e historiadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH).

A interpretação dos Ensemble Tagus surge a propósito da conferência “Desenhar a Eternidade”. O objetivo é o de contribuir para uma reflexão conjunta acerca das atuais perspetivas sobre o medievalismo, abrindo caminhos de investigação que permitam recuperar uma rede de sinergias que, durante séculos, conectou os reinos ibéricos, promovendo a colaboração científica entre historiadores portugueses e espanhóis.

Constituído por um número flexível de elementos – entre três e seis, conforme o repertório – os Ensemble Tagus estrearam-se em 2013, no Museu de Lamego, durante o evento “Compassos com História”. Desde aí que, em ocasiões especiais, interpretam Cantigas de Santa Maria, cantigas d’amigo de Martin Codax, Llibre Vermell de Montserrat, romances e vilancicos renascentistas ibéricos, entre outros. O cancioneiro é selecionado através de um cuidado estudo do período em causa, numa actividade que requer o cruzamento da experiência dos seus elementos enquanto investigadores e músicos. Os instrumentos de base são a voz e as flautas, ao que se adicionam o alaúde, a lira pôntica, o corno e percussões variadas no caso do repertório medieval, ou a viola de mão, a viola da gamba e o corneto, no caso da música renascentista.