CISTERHOR – Horizontes cistercienses. Estudar e caracterizar um scriptorium medieval e a sua produção: Alcobaça. Identidades locais e uniformidade litúrgica em diálogo
PTDC/ART-HIS/29522/2017
Unidade de Investigação: IEM-NOVA FCSH
Instituições participantes: LAQV REQUIMTE, NOVA FCT; Laboratório Hércules, Universidade de Évora
Instituições associadas: CEHR-UCP; Biblioteca Nacional de Portugal; DGPC/Mosteiro de Alcobaça
Investigadora responsável: Catarina Fernandes Barreira
Investigadora co-responsável: Conceição Casanova
Equipa de investigação: Catarina Fernandes Barreira (IR), Conceição Casanova (Co-IR), Ana Lemos, Catarina Pereira Miguel, Catarina Tibúrcio, Gonçalo Melo da Silva, João Luís Inglês Fontes, Jonathan Wilson, Luís Miguel Rêpas, Maria da Conceição Oliveira, Maria Filomena Andrade, Paula Cardoso, Paulo Catarino Lopes, Rita Araújo, Rita Castro e Zuelma Chaves.
Consultores: José Francisco Meirinhos e Teresa Maria Gonçalves Quilhó Marques dos Santos
Duração: 2018-2021
Nos últimos anos, o estudo dos scriptoria cistercienses tem produzido novos conhecimentos e perspetivas: este projeto pretende discutir e colocar o caso português nesta corrente historiográfica europeia, através do estudo do scriptorium do Mosteiro de Alcobaça, entre os finais do século XII e o XVI. Tem como objetivo o estudo e a datação dos manuscritos litúrgicos iluminados do scriptorium de Alcobaça, num corpus constituído por 50 códices. A abordagem interdisciplinar pretende, por um lado, estudar os manuscritos na sua materialidade (características da decoração iluminada, estudo dos pigmentos e da estrutura das encadernações) e, em simultâneo, estudar o seu conteúdo litúrgico (em articulação com as orientações de Cister e a influência do contexto local), desde finais do século XII até os inícios do século XVI.
A escolha deste tipo de manuscrito prende-se com a sua finalidade: eram os manuscritos mais importantes que os scriptoria monásticos produziam, indispensáveis à celebração diária dos ofícios, a partir dos quais se organizava a vida dos monges. Em Alcobaça sobreviveu um número significativo deste tipo de manuscritos, ao contrário de outras abadias, o que abrirá novas perspetivas em termos da possibilidade de os datar com mais precisão e consequentemente caracterizar a evolução dos materiais e técnicas de produção do codex no âmbito do scriptorium, ao longo de quatro séculos.
Pretende-se inserir este estudo de caso no contexto mais lato da produção cultural cisterciense europeia e responder a novas questões: qual o papel de Alcobaça no contexto global europeu? A liturgia seguida em Alcobaça foi identitária ou segue o modelo cisterciense? Existe uma identidade artística em Alcobaça em termos da produção iluminada ou a ornamentação destes manuscritos comunga a estética e a materialidade do contexto francês, nomeadamente da casa-mãe, Claraval? As encadernações originais de Alcobaça são específicas deste Mosteiro ou exibem elementos comuns a outras abadias? Como evoluíram estes códices em termos de conteúdo e materialidade e a que influências esteve permeável o scriptorium? A resposta a estas questões permitirá um novo enfoque sobre os manuscritos iluminados produzidos ou adquiridos por Alcobaça.
O IR e os membros da equipa, com experiência na produção de conhecimento para a academia e na disseminação e transferência do conhecimento junto do público não especializado, dispõem das competências necessárias para a prossecução deste projeto. Destaca-se o esforço de networking e de inclusão nas redes de estudos cistercienses dos últimos anos. Os resultados serão publicados em revistas internacionais especializadas, com revisão por pares e divulgados em congressos nacionais e internacionais e numa base de dados em acesso aberto. Está prevista uma exposição, a edição de um livro e um congresso internacional. As estratégias de transferência de conhecimento contam com a participação direta de duas instituições fundamentais, a BNP e o Mosteiro de Alcobaça.
Marcador do projecto (divulgação em inglês)