Ao longo da História, o Mar Oceano provocou sempre diferentes reações no imaginário do Homem. Era um espaço de mistérios, de medos e do desconhecido. Por ele chegavam povos invasores, piratas e corsários, inundações e tempestades espalhando a destruição e o caos. Quem se atrevia a enfrentá-lo desafiava ainda outros perigos, como naufrágios ou um sem fim de monstros marinhos. Mas o Mar era também um espaço de aventura e riquezas, por onde se atingiam novos reinos, descobriam mercados exóticos e construíam grandes fortunas. No Mar ou à sua beira, o Homem pedia a intercessão divina, fosse para enfrentar os seus perigos, fosse para alcançar os seus sonhos. Invocava divindades, dedicava-lhes as embarcações, visitava os seus santuários, prestava culto, fazia as suas oferendas ou trazia consigo os seus símbolos. Por fim, escrevia ou contava a sua experiência, os seus temores ou as suas alegrias, contribuindo para alimentar o imaginário em torno do Mar.

A relação do Mar com a Religião representa um campo de estudo rico e promissor, mas ainda pouco explorado. Nesse sentido, o IEM, o CHAM, o IHC, o IELT, no âmbito da Cátedra UNESCO: O Património Cultural dos Oceanos, e o Centro de Estudos de História Religiosa da UCP dão início a um ciclo de colóquios anuais sobre esta temática, organizando nos próximos dias 26-28 de novembro de 2018 as Jornadas Internacionais “O Mar no Imaginário Religioso: Cultos, Espaços, Representações”. O evento pretende explorar a presença do mar no imaginário religioso, numa perspetiva diacrónica e multidisciplinar, em função das seguintes problemáticas:

  1. A procura de proteção contra o mar: cultos e memórias hagiográficas
  2. Os santuários e os espaços religiosos: história, património e funcionalidades
  3. Discursos e representações religiosos sobre o imaginário marítimo: literatura, liturgia, iconografia e música.

 


Organização: IEM – Instituto de Estudos Medievais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; CEHR – Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa; CHAM – Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Açores; IELT – Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; IHC – Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Apoio: Museu Nacional de Arte Antiga.
Comissão Organizadora: Gonçalo Melo da Silva (IEM-NOVA FCSH), João Luís Inglês Fontes (IEM-NOVA FCSH; CEHR-UCP), Maria Filomena Andrade (UAb; CEHR-UCP; IEM-NOVA FCSH), António Camões Gouveia (CHAM-NOVA FCSH; CEHR-UCP).
Comissão Científica: Álvaro Garrido (Univ. Coimbra); Amélia Aguiar Andrade (Univ. Nova de Lisboa); Amélia Polónia (Univ. Porto); Ana Paiva Morais (Univ. Nova de Lisboa); Ana Paula Avelar (Univ. Aberta); Cristina Brito (Univ. Nova de Lisboa); Francisco Caramelo (Univ. Nova de Lisboa); Isabel Almeida (Univ. Lisboa); João Leal (Univ. Nova de Lisboa); José Augusto Ramos (Univ. Lisboa); Margarida Lalanda (Univ. Açores); Maria Helena da Cruz Coelho (Univ. de Coimbra); Maria Inácia Rezola (Univ. Nova de Lisboa); Maria João Branco (Univ. Nova de Lisboa); Nuno Estêvão (Univ. Católica); Paulo Fontes (Univ. Católica).