A cor desempenhou um papel importante na apresentação do defunto e da sua memória na arte funerária medieval tardia. A pedra esculpida ou túmulo de madeira era frequentemente pintada, mas também podia ser feita a partir de materiais escolhidos pelo seu efeito cromático, tais como metal esmaltado ou certas pedras coloridas. Em alguns casos, o próprio monumento funerário fazia parte de um arranjo que incluía murais e tecidos, ligados a práticas rituais.

A permanência (ou reactivação) de práticas memoriais em torno de uma pessoa falecida, por vezes durante vários séculos, levou a um restauro da policromia de certos monumentos, adaptado ao gosto da época. A restituição desta dimensão policromada da arte funerária medieval e a sua interpretação exigem uma abordagem interdisciplinar.

Através das intervenções de uma dúzia de investigadores europeus que irão apresentar trabalhos em curso, estes dias irão abordar diferentes casos de estudo e diferentes questões metodológicas. Este encontro concluirá a primeira fase do programa “Medieval Art cross Time” (ldEx Bordeaux), dirigido por Haude Morvan, e fará parte de uma série de conferências sobre arte funerária medieval organizadas por Giulia Rossi Vairo e Joana Ramôa Melo em Lisboa em 2017 e 2019. (Souls of Stone. Funerary Sculpture: from Creation to Musealization; lnterventions in Memory. Modern Era Restorations of Medieval Funerary Monuments, 15th-20th centuries).