Resultado de uma colaboração entre o Instituto de Estudos Medievais e o Centro da História da Sociedade e da Cultura, representados respetivamente por Afonso Sousa e João Nisa, decorrerão três sessões organizadas em torno do tema dos cavalos de guerra. Estas contarão com um total de nove oradores, nacionais e internacionais, entre os quais os investigadores integrados do IEM Paulo M. Dias e Afonso Sousa.
A comunicação de Paulo M. Dias tem por base um subcapítulo da sua tese doutoral, dedicado precisamente à criação, circulação e utilização de montadas em contexto bélico em Portugal e no Norte de África ao longo do século XV e nas primeiras décadas da centúria seguinte. Na comunicação será dado particular enfoque ao facto de, apesar de serem essenciais à prática da guerra na época, em Portugal existir grande resistência à posse de cavalos cuja manutenção era, afinal, muito dispendiosa.
Já a comunicação de Afonso Sousa, em co-autoria com João Nisa, propõe apresentar uma nova visão sobre a morfologia equina em Portugal, com base em fontes escritas. O estudo da altura e do peso dos cavalos em Portugal, em particular nos finais da Idade Média, não tem suscitado especial interesse historiográfico. Assim esta apresentação pretende estabelecer um ponto de partida que estimule novos desenvolvimentos no conhecimento da constituição física dos equídeos do passado.
Hélio Pires participará também no IMC de Leeds, mas numa sessão dedicada à hagiografia nórdica. A sua comunicação parte da sua investigação sobre a Heimskringla, uma coletânea de sagas de reis noruegueses escrita no século XIII, que conta que Óláfr Haraldsson, rei da Noruega a partir de c. 1015, navegou ao longo da costa ibérica até ao estreito de Gibraltar. A narrativa, porém, tem contornos hagiográficos e sinais de interpolação tardia, pondo em causa a veracidade que ainda hoje lhe é atribuída. A comunicação focar-se-á nas fontes e acontecimentos a partir das quais este episódio terá sido construído.
